quarta-feira, agosto 29, 2007

E lá se vai agosto...

Caralho!! Já é quarta-feira, amanhã já é quinta e o "mês do cachorro-louco" já tá quase terminando!
"Agosto, mês de desgosto!" diz o dito popular.
Mais uma das superstições que tem sua raiz na Antigüidade.

O oitavo mês do ano foi batizado com esse nome agosto em homenagem ao Imperador romano Augusto (ou Augustus), já que o mês anterior (julho) foi um presente ao seu antecessor Julio César.Os romanos escolheram o mês 8 porque foi nesse mês que aconteceram os fatos mais importantes da vida do imperador. Só pra citar um exemplo, foi em agosto que o Augusto conquistou o Egito.

Mas os próprios romanos criaram uma lenda em torno do mês, eles diziam que havia um dragão que cuspia fogo e que esse bicho passeava pelo céu durante todo o mês de agosto. Na verdade, esse maldito dragão era a constelação de Leão nos céus do hemisfério norte.

Coincidências à parte, Augustus foi um dos mais sanguinários imperadores de toda a história.

O curioso é ver que em todo o mundo há uma certo "pé atrás" em relação a esse mês:

Em Portugal, as mulheres não se casavam jamais nesse mês. A explicação era que agosto era o mês em que todos os homens saiam para navegar nessa época. As mulheres que se casassem em agosto não teriam lua-de-mel ou ficavam viúvas, já que era comum muitos marinheiros morrer em auto-mar!

Ao que tudo indica, os portugueses trouxeram esse costume para o Brasil em ocasião da descoberta.

A Alemanha parece ser um dos poucos lugares do mundo onde o mês das noivas é agosto. As moçoilas de lá preferem se casar, de preferência, numa sexta-feira.

Os argentinos preferem não lavar a cabeça em agosto. Fazer isso, acreditam, chama a morte pra dentro de casa! Pois eles deveriam lavar!huahua
Foi mal a piadinha,argentino!

É considerado o mês do cachorro louco, talvez devido ao fato da maioria das cadelas entrarem no cio nesse mês.

Pra quem gosta de números, o escritor Mário Souto Maior tem uma coleção de acidentes e catástrofes que escolheram o mês de agosto para acontecer.

E, pra encerrar, fique sabendo que:

22 de agosto é comemorado o dia do Folclore;
24 de agosto é o dia das sogras;
24 de agosto é o dia em que o Diabo anda solto;
24 de agosto é o dia de todos os Exus nos candomblés brasileiros;
29 de agosto é o dia de combate ao fumo...

segunda-feira, agosto 13, 2007

Eu,eu mesma e você...

Se você fosse a tristeza
Eu te daria a alegria
Se você fosse a lágrima
Eu te daria o sorriso
Se você fosse os olhos
Eu te daria o brilho
Se você fosse uma abelha
Eu te daria o mel
Se você fosse noite
Eu te daria a lua
Se você fosse manhã
Eu te daria o sol
Se você fosse o verso
Eu te daria a poesia
Se você fosse o amor
Eu te daria carinho
Se você fosse a boca
Eu seria todos os "beijos"

quarta-feira, agosto 01, 2007

Tarde...


A tarde pesa tanto de azul que tropeça.
Eu mergulho meus olhos no rio,
xícara de chá,
despeço a pele,
folhas soltas,
e me divorcio de mim,
naufrágio presumido.

Bebo da luz embaçada que se estende sobre a cidade e
tento esmaecer as cores,
olhos embotados de mundo,
parar assim de dizer teu nome,
no silêncio de onde desertaram todas as palavras.

Eu à margem...

Vou te procurar...


Vou te procurar no vento,
na expiração da água salgada,
nos ofícios de ar e iodo,
cheiro de maresia e partida,
na rigidez da concha,
olhos cobertos de musgo
e ferrugem
e dedos moluscos.

Teu grande corpo naufragado por onde me esgueiro
enguia,
moréia,
serpente do mar,
cavalo marinho,
onde te conheço em frestas e esconderijos,
onde me aquieto em escuros,
onde deslizo em algas,
ondas,
vagas,
correntes
e me enrosco no casco,
proa,
mastro,
porão,
onde bebo em profundezas
e me afogo,
respiração.

Apaixone-se...








Apaixone-se por mim.
Não um amor de mesa posta,
talheres de prata,
toalha de renda,
não um amor de terça-feira,
água morna,
gaveta arrumada.

Apaixone-se por mim no meio de uma tarde de chuva,
rua alagada,
rosas na mão,
um amor faminto,
urgente,
latejante,
um amor de carne,
sangue
e vazantes,
um amor inadiável de perder o rumo o prumo
e o norte,
me ame um amor de morte.

Não me dê um amor adestrado que senta,
deita,
rola
e finge de morto,
que late,
lambe
e dorme.

Apaixone-se felino,
sorrateiramente
e assim que eu me distrair,
me crave os dentes,
as unhas,
role comigo
e perca-se em mim
e seja tão grande a ponto de me deixar perder.

Ame minhas curvas,
minha carne,
e se espalhe por meus versos,
meus reversos,
meus entalhes.

Deixe eu me sentir amada,
desejada,
mas preciso que me ensines,
que me fales,
que me cales,
amém.

Covardia


Que a covardia não me amarre os braços,
não me trave a língua,
não me faça engolir os beijos que estão pousados em meus lábios.

Que a covardia não me vende os olhos,
não espalhe monstros,
não me sussurre medos.

Que a covardia não me descubra pequena e frágil numa caixa de segredos.

Que a covardia não me pregue peças,
não me tire o nome,
não me mate de fome à beira da mesa posta.

Que a covardia não encrave as frases na garganta.
Que eu seja forte e alta,
que eu descubra asas
e que ouse usá-las.

Que eu esqueça os fundos,
os absurdos, os desmundos
e faça de mim mesma a flor na água,
a prece clara,
o céu limpo.

Que eu seja capaz de querer o infinito.